Parte 2 - A produção de narrativas e contos em libras
11. A Estrutura das narrativas contadas em Libras
11.1. Objetivo
Neste capítulo, falaremos um pouco sobre a composição das narrativas contadas em Libras. Veremos que existe uma sequência de estágios em muitas narrativas, mas que nem todas as histórias seguem a mesma sequência.
Escolhemos oito histórias para falar sobre as suas estruturas. A Rainha das Abelhas, de Mariá de Rezende Araújo, O Curupira, de Fábio de Sá e A Formiga Indígena Surda de Marina Teles são destinadas às crianças de diversas idades. A primeira é uma tradução de um conto de fadas europeu, a segunda é uma contação criada usando um personagem folclórico brasileiro e a terceira é uma narrativa curta e leve, criação da própria autora surda que mostra a importância das configurações de mãos para crianças pequenas. O Negrinho do Pastoreio, de Roger Prestes, conta uma lenda tradicional do Rio Grande do Sul e é destinada a jovens, adolescentes ou adultos. Bolinha de Ping-pong, de Rimar Segala, Leoa Guerreira, de Vanessa Lima e Galinha Fantasma, de Bruno Ramos, são histórias criativas originais feitas por autores surdos. Eu x Rato, de Rodrigo Custódio da Silva, é uma narrativa de experiência pessoal. Não falaremos de todas as histórias em todas as seções, mas é possível ver que qualquer narrativa em Libras tem elementos interessantes a serem observados na sua estrutura.
Antes de falarmos do conteúdo das narrativas, podemos adotar outra perspectiva, vendo-as dentro do contexto da contação de histórias. Por isso, precisamos pensar um pouco sobre o conceito de paratexto.
11.2. O paratexto
É a parte de uma história que vai além do texto, por exemplo o título, a capa de um livro e ilustrações como slides e imagens de vídeo. Veremos também que, nas narrativas em Libras, o paratexto pode incluir saudações e despedidas. Embora não seja parte do texto, o paratexto faz parte da estrutura da obra como um todo.
11.2.1. Título
Muitas histórias começam com um título. Esperamos um título para qualquer texto escrito na literatura brasileira. Sabemos que a capa de um livro mostra o título, mas raramente perguntamos por quê. Ele serve para que o leitor possa encontrar a história e saber do que se trata. As tradições de narrativas escritas precisam de títulos para serem catalogadas e, assim, mais facilmente encontradas. Nos contextos presenciais e orais, eles têm menor importância porque o contista já sabe qual história vai narrar e o público pode confiar que o contista vai contar o que eles querem.
Tradicionalmente, as histórias em Libras não tinham títulos. Porém, essa identificação é necessária para se falar dos textos de uma forma analítica (como neste livro) ou para a criação de qualquer coletânea de histórias em Libras. Sem um título, não podemos identificar um trabalho entre outros ou organizar uma coletânea. O título dos vídeos de obras em Libras é especialmente importante para buscá-las na internet. Por exemplo, no vídeo da narrativa Eu x Rato, Rodrigo Custódio da Silva simplesmente fala que vai contar sobre uma coisa que aconteceu com ele, mas não oferece um título. Este aparece apenas na descrição do título do vídeo postado no YouTube, para que as pessoas possam encontrá-lo.
Nas gravações das histórias em Libras, vemos hoje uma mistura de textos escritos em português e sinalizados. Muitas vezes, a edição apresenta o título escrito em português antes de o narrador apresentá-lo em Libras.
Precisamos lembrar que um título é apenas uma maneira de identificar uma obra. Pode-se dizer também que uma obra simplesmente “trata de um assunto”. O mesmo sinal em Libras traduz as palavras “título” e “assunto” do português. No vídeo de Rimar Segala, vemos as palavras escritas “Bolinha de ping-pong”, depois Rimar faz o sinal de aspas (que tem diversas traduções em língua portuguesa como tema, assunto, sobre ou título), soletra as palavras, diz o que é isso em português e finalmente sinaliza a bolinha de pingue-pongue. Em O Negrinho do Pastoreio, Roger Prestes dá o título em português traduzido literalmente para Libras pastoreio negro, usando as aspas para mostrar que é um título, e depois soletra as palavras. Mariá de Rezende Araújo, na tradução do conto dos Irmãos Grimm A Rainha das Abelhas, sinaliza as aspas e depois o título como é em português.
Por outro lado, muitas histórias na tradição de Libras ainda não têm títulos. A pequena história A Formiga Indígena Surda, de Marina Teles, começa com o sinal formiga, para identificar que ela incorpora uma formiga, mas não tem um título no vídeo. Bruno Ramos começa Galinha Fantasma e Vanessa Lima conta sobre a Leoa Guerreira sem darem nenhum título. Usamos apenas as identificações A Formiga Indígena Surda, Galinha Fantasma e Leoa Guerreira porque os artistas combinaram assim com os organizadores da antologia que gravaram as histórias.
11.2.2. Imagens
O uso de vídeo oferece opções de paratextos para os contistas que não estão disponíveis aos narradores que contam as histórias ao vivo. Nesse sentido, podem-se incluir desenhos, imagens de fotos ou de um filme antes da história ou durante ela. Nos vídeos A Rainha das Abelhas e O Negrinho do Pastoreio, vemos exemplos de imagens relacionadas às histórias antes de os contistas começá-las. Depois de Marina Teles contar A Formiga Indígena Surda, vemos a imagem de uma formiga vestida como um índio que, podemos dizer, serve como um tipo de título imagético.
11.2.3. Saudações e despedidas
Vimos no capítulo 06 que um narrador pode começar com uma saudação direta ao público. Rodrigo Custódio da Silva, contando Eu x Rato, inicia com uma saudação e explica que vai contar uma história verídica. No final de O Curupira, o contador Fábio de Sá acena com a mão para se despedir, incorporando o personagem do Curupira que sai de cena.
11.3. Estrutura do enredo
O enredo é a organização de uma história, fala dos eventos e da relação entre eles do início ao fim. Numa descrição mais simples de histórias em geral, vemos três partes definidas: o início, a ação complicadora e o fim - mas existem outras descrições mais detalhadas.
11.3.1. Narratologia
Narratologia é o estudo da estrutura de narrativas, que objetiva entender como estas criam os sentidos e tenta encontrar os mecanismos fundamentais de todas as narrativas (BARRY, 2017). Na narratologia, entendemos a história como os fatos e a sequência de eventos que acontecem, mas é a narrativa a maneira de contar e apresentar esses eventos. A abordagem procura ver as similaridades entre as narrativas, mas não foca nos elementos específicos que as diferenciam; é uma forma de entender sua estrutura.
O filósofo grego Aristóteles afirmou que uma história é uma interação entre o caráter e a ação. Vemos o caráter do personagem pelas ações, que é revelado durante a história. Essa ideia de desenvolvimento do caráter sugere que o personagem muda de alguma maneira em função dos eventos que acontecem. A proposta de Aristóteles tem foco no significado profundo de uma história. Pelos eventos e pelas ações na história A Rainha das Abelhas, os irmãos mais velhos aprendem sobre humildade e o caçula aprende a aceitar a ajuda para superar as dificuldades. Na lenda O Negrinho do Pastoreio, aprende-se que a crueldade que se fez ao menino não o matou e o deixou sem todos os cavalos; o menino se transforma numa alma santa, é venerado e liberado pelo seu sofrimento. Os caçadores em O Curupira, de Fábio de Sá, são pessoas destruidoras, até que o Curupira os ensina a cuidar da floresta.
O formalista russo Vladimir Propp, já na primeira metade do século XX, via a estrutura das narrativas como um conjunto de formas. Na teoria formalista Saussuriana dos estudos linguísticos, entendemos que as línguas são feitas de conjuntos de pequenas unidades de formas de sentido, os morfemas. Propp sugeriu que uma narrativa também é uma estrutura feita de uma seleção de seus elementos básicos, por exemplo: “um membro da família sai da casa”, “o protagonista está proibido de fazer algo”, “o protagonista faz algo proibido”, “o protagonista recebe uma tarefa para cumprir”, “o protagonista luta contra um vilão”, “o protagonista recebe ajuda de companheiros”, “a tarefa é cumprida” etc. A proposta de Propp era de que qualquer história poderia ser criada a partir dessas unidades. Não é preciso usá-las na totalidade (não precisamos usar todos os morfemas de uma língua num discurso), mas temos essas opções e os elementos escolhidos devem seguir uma ordem específica (VIEIRA, 2001). Veremos exemplos das unidades de Propp nas narrativas selecionadas aqui. Essa lista não é completa, mas serve para mostrar que muitas narrativas em Libras seguem esses padrões apresentados pelo autor.
Em Leoa Guerreira, de Vanessa Lima, e na história Galinha Fantasma, de Bruno Ramos, a leoa e o sobrinho saem de casa, respectivamente. O sobrinho é proibido de abrir os olhos durante a noite, mas ele os abre. Os protagonistas de Eu x Rato e de O Negrinho do Pastoreio recebem uma tarefa – matar o rato, na primeira, e procurar o cavalo baio, na segunda história – e as tarefas são cumpridas. O Curupira, de Fábio de Sá, luta contra “vilões” caçadores e o protagonista de Eu x Rato, de Rodrigo Custódio da Silva, traça um embate contra o rato. A leoa, em Leoa Guerreira, recebe ajuda de companheiros na luta por ser uma Miss.
11.3.2. Pirâmide de Freytag
É possível, também, utilizarmos uma análise de estrutura conhecida como Pirâmide de Freytag que, normalmente, se organiza em até cinco partes. Com estas podemos ver a evolução das emoções e da tensão, que vão crescendo durante a história e depois sofrem uma redução até que o enredo se feche com calma.
Na exposição, descreve-se a situação no início, antes dos eventos que iremos contar. O narrador conta sobre “quem” e “onde”, apresentando os personagens, o lugar e a situação onde os personagens se encontram. Nessa parte, podemos ver mais descrições. Depois, chega o momento em que acontece alguma coisa, como um evento ou uma realização que vai mudar a situação original e criar o problema ou conflito que a narrativa vai descrever.
No incremento da ação, vemos os problemas e os conflitos que acontecem durante as mudanças da situação original, até que acontece o momento mais importante, que revela o máximo da emoção ou ação, chamado de clímax. Após, a narrativa apresenta o que acontece depois desse ponto alto da história até a resolução dos problemas que fecham as ações. No final de tudo, algum aspecto da situação inicial mudou.
11.3.3. Início
Às vezes, o narrador de Libras começa dizendo que vai contar uma história e pode incluir uma explicação dizendo por que vai contá-la. Rimar Segala fala “agora, vou contar uma metáfora...”, antes de começar Bolinha de Ping-pong. Pode-se, ainda, informar se a história é verídica (ou não) ou se outra pessoa já a contou e o narrador a está recontando (por exemplo, como em O Armário, de Juliana Lohn).
11.3.4. Introdução
Uma narrativa geralmente começa com informações sobre “quem” e “onde” para orientar inicialmente o leitor. Lembramos do capítulo 05, sobre a importância das informações referentes à “quem” na contação de narrativas em línguas de sinais. O conto tradicional europeu, assim como o conto A Rainha das Abelhas, pode começar falando que existia um lugar muito longe onde viveu um homem com três filhos. O Negrinho do Pastoreio, de Roger Prestes, começa com as informações de que existia um menino que veio da África para o Rio Grande do Sul, que trabalhava para um fazendeiro gaúcho cruel. O Curupira inicia com a apresentação da floresta e depois acrescenta que lá havia um menino. Nas descrições desses personagens e lugares, podemos ver as imagens fortemente visuais criadas com os sinais. Em Bolinha de Ping-pong, Rimar Segala explica que acontece uma competição de pingue-pongue, descreve a arena e, além de introduzir a bolinha e o juiz, detalha claramente os dois jogadores.
As histórias em Libras contadas como narrativas pessoais não precisam de uma descrição do personagem tão esmiuçada. Em Eu x Rato é explicado simplesmente que a mãe do narrador “eu” pediu para ele matar o rato na sala de ferramentas e não descreve os personagens, mas sim o local. Além disso, algumas narrativas em Libras que incorporam os personagens (especialmente os não humanos) não precisam tanto de uma descrição porque a própria incorporação já mostra as suas características. A Formiga Indígena Surda, de Marina Teles, é descrita nitidamente, mas Vanessa Lima simplesmente incorpora a Leoa Guerreira sem descrição.
11.3.5. Ponto de partida da ação
Depois de introduzir os personagens e o local, e de descrever a situação, a narração conta um acontecimento importante que vai mudar a situação e motivar os eventos que seguem. Esse é o início da complicação, em que se apresenta um problema ou um desafio para o personagem principal. Na história A Formiga Indígena Surda, a formiga percebe que está nua e por causa disso começa a se vestir. Em Leoa Guerreira, a leoa acorda e sai em viagem para encontrar outras leoas surdas. Na lenda O Negrinho do Pastoreio, o cavalo foge. Na história da Galinha Fantasma o ponto de partida é o momento em que o personagem abre os olhos durante a noite e vê as cabeças das galinhas descabeçadas circulando em seu quarto. Em O Curupira, a mudança ocorre quando os caçadores chegam na floresta.
A partir disso, começam as ações da narrativa que respondem o que aconteceu e por quê.
11.3.6. Ação, clímax e resolução
Conforme mencionamos, a ação pode aumentar até chegar ao momento mais emocionante e forte da história: o clímax. Em Bolinha de Ping-pong, o jogo vai ficando cada vez mais “quente” até que a bolinha sofrida pede ajuda ao juiz e ele a tira do jogo. Na história de O Curupira, os caçadores destroem cada vez mais a natureza até o ponto em que o Curupira grita com eles (clímax), dando-lhes um grande susto e eles fogem da floresta. Em Eu x Rato, após o rato fugir muitas vezes, o jovem consegue matá-lo com um pau. Na história Galinha Fantasma, o sobrinho esfaqueia a imagem da tia e o fantasma desaparece junto com as cabeças sem corpo das galinhas para deixar em paz a alma dela.
Apesar de esse padrão ser muito comum, lembramos que nem todas as histórias têm um clímax. Talvez a sequência de ações simplesmente termine de uma forma satisfatória para o público. No final da história A Formiga Indígena Surda, depois que a formiga coloca diversas roupas e pinta o rosto, ela fica completamente vestida. Não há mais a necessidade de contar e assim a história termina.
11.3.6. Conclusão - coda
A narrativa pode terminar com uma coda, que é a parte final em que se oferece a conclusão28. Pode ser uma observação sobre o que aconteceu depois da narrativa, uma explicação, uma justificativa, uma opinião que fecha a história ou uma mudança inesperada.
No desfecho do conto tradicional A Rainha das Abelhas, a coda se localiza quando, depois de conseguir fazer as três tarefas, o irmão mais novo se casa com a princesa e vira rei, enquanto os outros irmãos aprendem a ter um bom coração e a serem justos; então estes se casam com as duas irmãs da princesa e os três casais vivem felizes para sempre. Essa coda “viver feliz para sempre” é tradicional dos contos de fadas, ela fecha a história de uma forma eficaz para um público infantil.
No final da história da Leoa Guerreira, sabemos que depois de motivar as outras leoas a conquistarem as coisas como ela fez, a leoa guerreira viveu bonita e orgulhosa até uma idade avançada.
Em algumas narrativas, especialmente nas fábulas, a coda é a explicação para o público do que significa a história. Em O Curupira, o narrador explica diretamente ao público que precisamos cuidar da natureza. Mas, nem sempre recebemos as informações que esperamos na coda, e o narrador pode usá-la para deixar a narrativa aberta. No final da história da Bolinha de Ping-pong, nenhum dos jogadores aceita a bolinha, e a coda é uma pergunta (não manual) simples: “e aí?”. O público que assiste à história deve decidir como resolver essa nova situação.
Vemos um exemplo de opinião dada na coda da história de Rodrigo Custódio da Silva, Eu x Rato, em que ele explica que, quando a mãe, com orgulho dele, o agradece por matar o rato, ele responde “sem problemas”, mas depois sacode fortemente a cabeça para dizer “que saco, hein?”.
No desfecho da história Galinha Fantasma, de Bruno Ramos, há uma coda inesperada. O público entende que todas as cabeças sem corpo das galinhas desapareceram quando a alma da tia ficou em paz, mas o último sinal é de mais uma cabeça que vai diretamente à câmera, até quase tocar na lente. A coda então é de uma pergunta: será que todas as cabeças desapareceram?
11.4. Estrutura de narrativa pessoal
As narrativas pessoais normalmente não são ficções, mas ainda podem ter uma estrutura parecida com outras narrativas fictícias. Nem todas as histórias que falam de experiência pessoal são iguais. Algumas são contadas e recontadas como uma história preparada, planejada e aperfeiçoada durante os momentos de repetição. Pode ser que sejam contadas por contadores com habilidades artísticas; e eles utilizam as mesmas formas de linguagem literária que vemos nas narrativas de ficção. Por outro lado, todos nós contamos as histórias da nossa vida, sem preparação, simplesmente com o objetivo de compartilhar uma experiência.
O pesquisador linguista William Labov (1972) descreveu seis estágios de uma narrativa pessoal que têm muita semelhança com a estrutura do enredo descrito por Freytag, sendo eles: resumo, orientação, ação complicadora, resolução, avaliação e coda. No resumo, o narrador começa a contar a história; na orientação, sabemos quem ou o que participa da história, onde e quando; na ação complicadora, aprendemos o que aconteceu; na resolução vemos o que ocorreu no final para terminar a sequência de eventos; na avaliação, o narrador explica porque isso importa; e, na coda, o narrador oferece um comentário sobre a história em geral.
Eu x Rato é uma narrativa de experiência pessoal que tem muitos elementos da Pirâmide de Freytag. Embora não haja uma descrição do personagem, porque este é o narrador, ele descreve claramente o local do evento. Um ponto climático é quando a rato foge do pau e pula, mas isso não é o clímax, que só acontece quando o narrador finalmente mata o rato.
Trazendo a história para o modelo de estágios destacados por Labov, podemos ver o resumo, a orientação, a ação complicadora, a resolução, a avaliação e a coda, deste modo:
Resumo
O contador, Rodrigo, avisa que é uma narrativa real do que aconteceu com ele.
Orientação
Ele explica que a mãe pediu para ele matar o rato na sala de ferramentas. Ele descreve detalhadamente o interior do local.
Ação complicadora
Ele encontra o rato, mas não consegue bater nele com o pau. Em um certo momento, consegue prender o rato pelo rabo com o objeto, mas ao esticar o braço para pegar outro pedaço de madeira ele move o pau que está prendendo o bicho e acaba soltando o rabo dele. O rato pula perto do seu rosto. Daqui para frente as ações ficam sempre mais intensas, até que ele mata o rato.
Resolução
Finalmente ele consegue matar o rato, limpar a sujeira e contar para a mãe que conseguiu cumprir a tarefa.
Avaliação
A história importa porque a mãe fica aliviada e o agradece; e ele diz que não tem problema, o que mostra que é um bom filho.
Coda
O comentário sobre tudo acontece quando ele sacode a cabeça, com olhos esbugalhados, para dizer “que saco, hein?”.
11.5. Resumo
Nesse capítulo, vimos que muitas narrativas em Libras seguem algumas regras básicas para estruturar seu enredo, para que o público possa acompanhar e entender o que aconteceu e com quem. Antes de começar a principal parte da história, vimos que pode haver alguns elementos paratextuais, como um título e uma explicação. A ideia básica de se ter um início, uma ação complicadora e um desfecho foi explorada aqui com a análise de diversas histórias contadas em Libras. Vimos que, mesmo que os públicos, os assuntos e os objetivos sejam diferentes, as estruturas de narrativas em Libras são geralmente parecidas.
11.6. Atividade
Escolha uma narrativa em Libras de criação original (não uma tradução de uma narrativa em português) que você goste.
- Liste os elementos paratextuais que você vê nela. Tem título, imagens, saudações ou despedidas?
- Tente fazer uma análise da narrativa, para ver seu início, introdução, ponto de partida da ação, clímax, resolução e alguma conclusão ou coda.