Literatura em Libras

de Rachel Sutton-Spence

Parte 4 - A relação entre a sociedade e a literatura em libras


23. Tecnologia e textos híbridos em Libras

objetivo

23.1. Objetivo

Vimos neste livro que a literatura surda está sempre mudando e se desenvolvendo por razões sociais e culturais e por avanços tecnológicos que criam oportunidades para artistas de Libras. Neste capítulo, vamos investigar mais uma dessas oportunidades: o uso de imagens não verbais junto à linguagem literária de Libras por meio da edição e de outras técnicas de vídeo.

Há muitos gêneros em que textos verbais e visuais são combinados, tanto na língua portuguesa quanto em Libras. Em português, por exemplo, vemos as combinações nas ilustrações de textos de diversos tipos (das reportagens de jornal aos contos infantis), nas novelas, nos cartazes e nos quadrinhos. Na literatura infantil, as imagens são fundamentais para a compreensão e o prazer dos leitores jovens. O conjunto dos dois é tão comum que hoje em dia quase não percebemos o efeito da junção dos sistemas visuais e linguísticos.

A linguagem estética e literária da Libras é caracterizada pelas imagens fortes que os sinais criam, e esse efeito visual é ainda maior quando apresentado com imagens não verbais. O conjunto de informações verbais e não verbais é denominado “expressão intersemiótica”, porque é uma construção de significado feita com dois sistemas “semióticos”, ou signos com significado. A tecnologia de edição de vídeo torna cada vez mais fácil a mistura dos sinais do sistema semiótico linguístico da Libras com as imagens do sistema semiótico visual de fotos ou filmes.

lista de videos

Já assistimos à maioria dos exemplos em outros contextos, mas podemos estudar os vídeos novamente, e temos alguns que ainda não conhecemos neste livro.

23.2. Tecnologia e literatura em Libras

A tecnologia tem um papel muito importante em toda a literatura, seja escrita, em línguas orais ou sinalizadas como a Libras. Com a invenção da máquina de impressão, criou-se a possibilidade de se produzir múltiplas cópias de um livro. Todavia, a tecnologia precisava mais do que a imprensa para criar uma literatura tão difundida e abrangente como a da sociedade atual. Junto ao crescimento da alfabetização, surgiram os avanços da tecnologia na fabricação de papel e tinta, além dos meios de transporte para os novos livros (BENEDICT, 2001). Tudo isso contribuiu à forma de literatura escrita que conhecemos hoje no Brasil (e no mundo).

A literatura surda também sofreu mudanças tecnológicas e sociais. Krentz (2006) propôs uma analogia da câmera com a máquina de impressão para literatura surda. Talvez seja mais correto dizer que a câmera com seu filme é a tecnologia análoga ao papel e à caneta48, porque os dois permitem o registro permanente das palavras ditas de modo que podemos reproduzi-las sempre da mesma forma, sem a necessidade da presença do artista literário. Já vimos, no capítulo 14, que uma performance literária em ASL foi gravada em filme em 1913.

Porém, fazer múltiplas cópias de um filme não era simples naquela época, então nos primeiros tempos das filmagens de línguas de sinais, não havia muita distribuição. Até o final da década de 1970, uma associação de surdos que quisesse, por exemplo, mostrar os filmes dos poemas em ASL “Gestures” (em português, “Gestos”), da poeta surda Dorothy Miles, tinha que encomendar o filme, projetá-lo no salão de encontros e devolver a cópia para que outra associação pudesse recebê-la. O que mudou, para criar uma situação parecida com a máquina de impressão, foi o videocassete, que permitia múltiplas cópias, por um bom preço, e que podiam ser assistidas por muitas vezes. Krentz (2006) mostrou claramente que a invenção do vídeo teve um grande impacto na literatura em ASL. Com a sua ampla disponibilidade, os artistas tornaram-se mais conhecidos, os seus trabalhos puderam ficar mais fixos em uma forma, e o público das obras literárias aumentou muito. Heidi Rose (1992) também observou que o desenvolvimento do vídeo permitiu uma forma de literatura mais complexa, que exigiu do público assisti-lo múltiplas vezes. Antes disso, numa apresentação ao vivo, era difícil pedir ao artista para refazer um poema – estava feito e acabou. Por isso os trabalhos literários eram mais simples. O controle do vídeo para reproduzir, parar, pausar, avançar e retroceder rapidamente criou a oportunidade de se fazer pesquisas em literatura de línguas de sinais, primeiramente em ASL e, no início do século XXI, em Libras, começando com a fita VHS “Literatura em LSB”, de Nelson Pimenta, em 1999.

Os DVDs, com seus aparelhos de reprodução, gradualmente substituíram os videocassetes, e outras obras em Libras foram distribuídas nesse formato de mídia. Apesar disso, o principal conceito, o de se criar cópias físicas e distribui-las (por meio de venda ou gratuitamente), continuou.

O uso da internet para arquivar e reproduzir vídeos foi mais uma mudança enorme para a literatura surda. Inicialmente, os vídeos estavam disponíveis apenas nos sites especializados, mas rapidamente os surdos mundialmente entenderam as possibilidades de postarem vídeos literários no YouTube e, mais recentemente, em redes sociais como Facebook e Instagram. Pela internet, a literatura em línguas de sinais estourou e hoje qualquer pessoa pode postar um vídeo para ser compartilhado ou assistido (SCHALLENBERGER, 2010). Com essa facilidade, tornou-se quase uma necessidade gravar a literatura em Libras para que os textos e as performances sejam distribuídos.

23.2.1. Edição de vídeo das imagens do próprio artista

A tecnologia de vídeo mudou não apenas a distribuição da literatura surda, mas a sua própria forma. Quando a literatura em Libras não era gravada, a pessoa simplesmente apresentava o trabalho ao vivo. O público via o artista inteiro, e apenas isso, na obra. Não havia a opção de dar um zoom para mostrar apenas uma parte do corpo (por exemplo, o rosto ou as mãos) e tudo era apresentado em velocidade normal. Com certeza, os artistas imitavam os efeitos tecnológicos dos filmes, recriando os zooms e a câmera lenta do cinema, mas isso era feito com o corpo e apenas com os sinais.

A edição agora oferece muito mais opções para se criar literatura com efeitos. Podemos, com isso, alterar as imagens do próprio artista durante a apresentação do poema. No vídeo Homenagem Santa Maria/RS, de Alan Henry Godinho, a câmera mostra apenas o peito nos sinais abraço e apoio, o que exige que o público foque apenas nessas produções, para enfatizar a importância dos sinais. Não há como criar o mesmo efeito em uma performance ao vivo e sem edição de vídeo. Slow Motion Portrait (em português “Retrato em câmera lenta”), do poeta holandês Tony Bloem, foi gravado em alta velocidade num iPhone e editado em velocidade normal. O efeito das imagens físicas do corpo (como o movimento das bochechas e da pele nas mãos) é impossível de ser criado ao vivo. Outro exemplo de brincadeira com a edição foi feita no vídeo do poema Anjo Caído, de Fernanda Machado. Nele, vemos as opções de edição feitas pelo cineasta Martin Haswell. Há quatro performances do mesmo poema, simultaneamente no vídeo, cada uma sendo um pouquinho diferente da outra, gravadas de diferentes ângulos e distâncias. A repetição de imagens parecidas no mesmo poema gera um efeito visual e estético mais intenso, mas sem causar perda de compreensão do poema. Fernanda Machado publicou um artigo científico em Libras sobre o assunto (2019), em vídeo, na revista on-line Altre Modernità. Essa publicação em vídeo é mais um exemplo das possibilidades que a tecnologia oferece à literatura surda.

Além de alterar as imagens do próprio artista, a edição de vídeo oportuniza formas de inserção de imagens não verbais na performance literária, criando efeitos que vão além da Libras, mas sempre fundamentados na língua. Falaremos disso agora.

23.3. Imagens não verbais na literatura em Libras

O papel das imagens na literatura em Libras ainda não foi muito pesquisado, mas sabemos que a literatura intersemiótica vai além da língua para criar experiências visuais com o objetivo de gerar novas sensações agradáveis no público.

23.3.1. Relação entre o texto em Libras e as imagens em vídeo

Leo Hoek (2006) fala dos tipos de relações entre texto e imagem. Do ponto de vista da produção, ele observou que o texto pode existir antes da imagem (assim, esta é uma “ilustração” do texto) ou a imagem antes do texto (e o texto que segue da imagem é denominado texto “ecfrástico”). Claus Clüver (2006) explica que a ilustração de um livro pressupõe a existência de um texto verbal. Vemos exemplos disso em muitos contos infantis em Libras. O contador conta a história em Libras e a imagem desenhada mostra o que foi dito. Por exemplo, nos contos de Anjo Caído, de Carolina Hessel, depois de contar um trecho da história, ela mostra a imagem desenhada (veja um exemplo no conto O Lobinho Bom). Lembramos que isso fala da produção do texto, e talvez na recepção o leitor ou espectador olhe primeiro as ilustrações para entender as informações visuais e depois leia o texto. Por outro lado, o tipo de texto denominado “ecfrástico”, é baseado numa obra visual. Jaguadarte, de Aulio Nóbrega, foi criado a partir de uma imagem de um monstro. Outro tipo de Libras “literário-ecfrástico” é o reconto de filmes baseado nas imagens contidas nele. O trecho de X-Men Apocalipse Mercúrio, do filme X-Men Apocalipse, em que Cézar Pedroso Oliveira mostra os sinais das imagens no filme, é um exemplo em Libras. Quando a interdependência entre texto e imagem é total, não é que um venha antes do outro, nem que um tenha predominância sobre o outro. Isolados, nem texto nem imagem tem sentido coerente, mas juntos eles criam significado, como ocorre, por exemplo, nos gibis.

A partir da perspectiva da recepção, Hoek afirma que o texto pode estar situado em uma imagem, a imagem situada em um texto, o texto ficar próximo a uma imagem ou uma imagem ficar próxima a um texto. A relação entre os textos e as imagens não é sempre igual. Nos contextos descritos acima, em que o texto gera uma imagem (como ilustração) ou a imagem cria o texto (na ecfrásis), a imagem e o texto são facilmente separados. Os dois nem precisam ser apresentados no mesmo momento, e na separação cada um mantém seu sentido (esse tipo e relação é chamado transposição). Em outros contextos, vemos a imagem e o texto juntos ao mesmo tempo e cada um faz referência ao outro, mas podem existir separadamente e ainda fazerem sentido (chamado justaposição). Na combinação, os sistemas verbais e visuais juntos formam uma única obra e os dois são necessários para criar o sentido. É possível separar os dois fisicamente, mas depois, independentes, perdem o sentido. Finalmente, na fusão, não é possível separar o verbal do visual, nem fisicamente, nem de forma a manter o sentido.

Depois de contar uma história em Libras (por exemplo, O Curupira, de Fábio de Sá, ou O Pássaro de números, por Juliana Lohn), a professora pode pedir aos alunos para fazerem um desenho baseado na história. Isso é um exemplo de transposição, em que um texto em Libras se transforma em uma imagem. A professora também pode mostrar uma imagem aos alunos e pedir a eles para criarem uma história baseada no desenho. Isso também é transposição.

A narrativa Chapeuzinho Vermelho, contada por Heloise Gripp, é um exemplo de justaposição, em que ela sinaliza a história e no fundo há diversas ilustrações do cenário inseridas pela edição de vídeo. Quando a contadora fala do passeio de Chapeuzinho Vermelho na floresta, vemos a imagem de uma floresta ao fundo, atrás de Heloise. A ilustração contextualiza esse trecho da narrativa na hora da contação, mas não precisamos das imagens para entender os sinais da história nem para compreender que a imagem é de uma floresta.

O poema de Maurício Barreto, O Farol da Barra, mostra um bom exemplo de combinação entre Libras linguística e imagens não verbais. Nele, o poeta apresenta um poema sinalizado e na edição do vídeo as imagens são apresentadas atrás dele. O poema usa muitos classificadores e cada um apresenta um significado incerto, mas com as imagens, o sentido se torna muito claro. É possível separar os sinais das imagens (porque o poema foi criado sem elas e existem gravações dele sem as imagens ao fundo), mas assim será mais difícil entender o seu significado. Por outro lado, as imagens podem ser separadas dos sinais, mas assim perdemos as informações de movimento que os sinais mostram.

Nos primeiros 40 segundos do poema, o poeta apresenta os sinais luz-brilhando, mar, ondas-do-mar, cl-pedra49, cl-ondas-batem-pedra, cl-lua e farol, e cada um é acompanhado por uma imagem do respectivo referente ao fundo. Cada classificador pode representar qualquer coisa dessa forma ou daquele tamanho. Com a poesia, muitas vezes deixamos algumas informações “no ar” para que o espectador possa entrar na brincadeira e procurar o sentido dos sinais. Mas, nesse caso, o poeta cria uma oportunidade para o espectador ver a relação entre os classificadores que têm sentidos ambíguos ou não exatos (por exemplo, um classificador representa qualquer coisa esférica, e não sabemos do que o poeta fala sem um sinal para clarificar). Há diversas opções para um poema tradicional apresentado ao vivo: o poeta pode oferecer o sinal do vocabulário para esclarecer; o contexto pode fornecer as informações de que precisamos para entender; ou podemos ficar sem saber com certeza. Mas, num vídeo, temos mais opções, inclusive a de mostrar as imagens dos objetos de que o poeta fala. O classificador junto à imagem de uma rocha no mar esclarece que se trata da fala de uma rocha; e quando vemos uma imagem da lua cheia, entendemos que o classificador agora se refere à lua cheia.

Outro exemplo de combinação é visto no vídeo X-Men Apocalipse - Mercúrio, de Cezar Pedrosa de Oliveira, do qual já falamos. No vídeo O Farol da Barra, de Maurício Barreto, o poema em Libras é o principal, vindo primeiro; as imagens ilustram e clarificam os sinais do poeta, e elas estão paradas e atrás dele. No vídeo X-Men Apocalipse- Mercúrio, o filme vem primeiro e os sinais destacam elementos das imagens. A tela é dividida em duas: na parte superior é apresentado o filme e na parte de baixo a transposição do mesmo para a Libras. É possível separar o texto da imagem (lembramos que o filme foi criado sem se pensar em uma tradução para Libras), e entendemos o filme sem os sinais, mas será difícil manter a coerência da sinalização sem as imagens do filme.

Lembramos, da seção acima, que o vídeo permite ver apenas partes do artista. No vídeo de Cézar Pedrosa de Oliveira, isso também é usado para focar nas mãos quando não falamos de Mercúrio. Barros e Vieira (2020) observam que o resto corpo do poeta é mostrado apenas quando se mostra Mercúrio (ou, pelo menos, a parte do corpo do artista que sinaliza – não vemos o corpo abaixo da cintura, que não participa da produção em Libras).

Embora não vejamos um exemplo de fusão nos vídeos, Barros e Vieira (2020) falam de um exemplo de fusão por meio de outra tecnologia – o SignWriting. No poema visual Comunidade, de Kácio Evangelista (que já vimos no capítulo 3) os sinais e a imagem são inseparáveis, porque os sinais criam a imagem – esta é feita pelos sinais. O círculo dos sinais escritos surdo com os semicírculos pequenos dos sinais escritos sinalizar e o semicírculo maior dos sinais surdo e ouvinte criam a imagem de um rosto sorridente, significando a felicidade de uma comunidade surda em que surdos e ouvintes usam Libras. Não podemos tirar nem os sinais nem a disposição deles da página e continuar mantendo o sentido.

23.3.2. Imagens, ilustração e narrativas infantis

Vamos terminar com uma mirada específica para o caso especial das narrativas infantis em Libras e suas ilustrações. Já sabemos que estas são parte fundamental da literatura infantil. Faria (2016) nos lembra de outra relação entre imagem e texto que é circular. O leitor de livros de imagem apresenta as imagens das ilustrações à criança, depois conta a parte da história relevante e em seguida mostra as imagens novamente. Assim, as imagens e o texto constroem juntos o sentido. As crianças surdas também gostam de ver os livros ilustrados, mas é importante incluir a Libras, não somente as imagens. Nos vídeos de contos em Libras destinados às crianças, a edição permite a inclusão de imagens para tornar as histórias mais interessantes e ainda mais visuais (veja, por exemplo, Coleção de narrativas didáticas curtas, de Marina Teles, e O Pássaro (números) e Animais (números) de Juliana Lohn).

Albres (2014) observa que a tradução de literatura infantil de português escrito para a Libras é fortemente influenciada pelas ilustrações do livro impresso. Nesse sentido, podemos tratar a tradução como um processo em que o texto de Libras é parcialmente motivado pelas ilustrações, como um trabalho ecfrástico. Na pesquisa de Albres, Costa e Adams (2018), os tradutores-pesquisadores destacam que às vezes é necessário traduzir para Libras as informações do livro que não estão no texto em português, mas sim nas ilustrações. O novo leitor, ao assistir ao vídeo da tradução “Vira-lata”, de Michael King (2004), não precisa separar o texto das imagens na sua construção mental da história. Também na contação da história em Libras, tudo que é visual ajuda a criar a história. A menina pega o vira-lata no colo e ele a lambe, enquanto ela pergunta ao cachorro “O que é que eu vou fazer com você?”. Isso é claro na ilustração, apesar de não ser mencionado no texto em português. Em Libras, o tradutor decidiu sinalizar o vira-lata lambendo, mesmo que isso não faça parte do texto e sim da imagem. Com isso, vemos a relação íntima entre o texto em português, as imagens e o texto em Libras. Não podemos facilmente separar os três da tradução e da experiência do leitor surdo.

23.4. Resumo

As novas tecnologias de vídeo e de SignWriting apresentam oportunidades significativas para artistas de literatura em Libras. Vimos que a edição do vídeo permite novas perspectivas do artista e do uso de seu corpo. Além disso, a edição possibilita a inserção de imagens no texto literário. A relação entre o texto em Libras e as imagens é variável e depende da separabilidade dos dois, mas, em todos os casos, cria opções para artistas e seus públicos, especialmente poetas e contadores de histórias infantis.

23.5. Atividade

Escolha três vídeos dentre os que já conhecemos neste livro em que a sua edição cria um efeito que vai além da apresentação do poema ou da narrativa apresentada ao vivo.

  1. O que foi adicionado pela edição?
  2. Qual o efeito dessa edição?
  3. Você acha que a relação entre os sinais e as imagens é de Transposição, Justaposição, Combinação ou Fusão?
Que é também uma tecnologia maravilhosa, apesar de quase não reconhecermos mais isso hoje em dia por ser tão comum. CL- mostra que o sinal tem uma configuração de mão classificadora, representando a forma do objeto. Por exemplo: o sinal cl-pedra não é o sinal pedra, mas sim um sinal mostrando o tamanho, lugar e a forma da pedra.